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Estadão traz artigo de gerente técnica da Planisa

Artigo escrito pela Gerente Técnica da Planisa e especialista em Gestão de Custos e Processos, Maria Beatriz Nunes Pires, foi publicado pelo site do Estadão.

O texto aborda os desafios do setor da saúde, que se agravaram com a instalação da pandemia da Covid-19, sendo preciso, para enfrentá-los, rever os processos, capacitar e a realocar a mão de obra, recalcular o consumo de insumos e redefinir os indicadores, metas e prazo para que a otimização da utilização dos recursos e a excelência no atendimento do paciente sejam alcançados.

Leia abaixo ou no link https://bit.ly/2WMbHxz

‘Se não pode medir, não pode gerenciar’
Maria Beatriz Nunes Pires*

A frase que dá título a este artigo é uma das citações mais famosas do escritor austríaco e consultor administrativo Peter Drucker (1909 – 2005) e se encaixa bem ao atual momento que estamos enfrentando, com a problemática do novo coronavírus e seus impactos na saúde.

Com a pandemia da covid-19 pudemos constatar que os sistemas de saúde do mundo estão longe da perfeição e que, apesar de cada um apresentar características consideradas como “ideais”, o foco ainda está distante do paciente.

Assim, para alcançarmos este foco, precisamos fundamentalmente de informação, de forma precisa e transparente, envolvendo todos os participantes, do diretor ao colaborador da limpeza, alcançando médicos, enfermeiros e pacientes. Quando todos estão envolvidos no processo, todos evoluem em conjunto para um único propósito: a saúde do paciente.

Os hospitais no Brasil apresentam – em sua maioria – dificuldades em definir indicadores e metas, coletá-los e acompanhá-los, para alcançar o propósito para o qual existem – propósito este que muitas vezes não é claro.

Sem o indicador, não sabemos o que queremos; sem a meta, não sabemos o quanto queremos; sem medir, não sabemos para onde estamos indo; sem acompanhar, não sabemos como estamos indo e sem prazos, não sabemos quando iremos chegar.

Vamos a um exemplo: não basta somente “lavar bem as mãos” para acabar com a infecção, é preciso que todos lavem as mãos, é preciso saber como lavá-las (capacitação e processo), é preciso saber quanto temos de infecção (medir), quanto queremos ter (meta), como medir a infecção (indicador) e prazos (acompanhamento).

Muito se fala da falta de respiradores para atender a demanda dos pacientes graves com a covid-19, mas de que adianta um respirador se não tiver um profissional que saiba operá-lo? Se não tiver um profissional que seja capaz de fazer uma entubação correta? Se não tiver um profissional capacitado para acompanhar as intercorrências decorrentes desta entubação?

Há uns 10 anos, realizei um trabalho junto ao governo de Luanda, em Angola, onde conheci uma realidade muito diferente do que acontece nos grandes centros do Brasil. Vi hospitais com equipamentos de última geração “encostados” em salas, pois não tinham mão de obra qualificada para colocá-los em funcionamento; lavanderias inteiras em depósitos, pois não existia um único serviço com competência para instalá-las; unidade de terapia intensiva que, segundo o próprio diretor do hospital, não poderia ser chamada de unidade de terapia intensiva, pois a energia elétrica era inconstante e, muitas vezes, dependia de combustível que não conseguia comprar, o que ocasionava o desligamento dos aparelhos e equipamentos que necessitam ficar em funcionamento por 24 horas para o monitoramento dos pacientes.

Com isso, quero demonstrar que é preciso que os processos sejam pensados e organizados como um todo, com todas as “engrenagens” ajustadas e funcionando em perfeita sintonia, pois, se uma das etapas “falhar”, as outras também não acontecerão a contento.

A informação, atuando como referência em busca da entrega de valor aos pacientes, gera melhores resultados assistenciais e com a máxima eficiência que se faz necessária, principalmente pelo elevado percentual de custo fixo destas instituições de saúde, com média de 72%, em alguns casos chegando a 90%, de acordo com dados extraídos do banco de dados da Planisa.

A necessidade foi agravada com a chegada da covid-19, que causou receio da população em ir ao hospital, aumentando com isso a utilização da telemedicina e das teleconsultas, mudando a cultura de ir ao pronto socorro para “tudo”, o que vem gerando queda significativa na taxa de ocupação das unidades de internação, que já apresentavam ocupação abaixo de 70% e, por outro lado, aumento significativo da ocupação das unidades de terapia intensiva, que já apresentavam falta de vagas, com ocupações acima de 90%.

Além disso, em função da covid-19, observa-se o cancelamento das cirurgias eletivas para liberar os leitos e evitar a contaminação dos pacientes, normalmente em centros cirúrgicos já ociosos, com ocupações médias de 38% e menos de quatro cirurgias por dia, por sala. Tudo isso vem gerando desequilíbrio na utilização da estrutura fixa dos hospitais, instalações e de mão de obra, que se não forem redesenhados, ocasionarão aumento da ociosidade e desperdício de mão de obra nas áreas de internação e centros cirúrgicos, além de superlotação de leitos nas UTIs.

Sendo assim, os processos precisam ser revistos, a mão de obra precisa ser capacitada e realocada, o consumo de insumos recalculados, os indicadores, metas e prazo redefinidos, para que a otimização da utilização dos recursos e a excelência no atendimento do paciente sejam alcançados, reequilibrando as atividades desenvolvidas.
Sem informação, como vamos alcançar este equilíbrio? Não podemos esperar, precisamos entrar em ação.

*Maria Beatriz Nunes Pires, gerente técnica da Planisa e especialista em Gestão de Custos e Processos

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